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O processo legal impedindo um novo filme da franquia Friday the 13th



Imagem do filme Friday the 13th Part VII: The New Blood (1988)/Paramount Pictures/Friday Four Films Inc./Sean S. Cunningham Films/Divulgação

Parece que teremos que esperar um longo tempo para vermos Jason novamente destrinchando adolescentes na floresta. Como já falamos antes, existe um processo judicial entre o diretor e criador Sean Cunningham e sua produtora Horror Inc. contra o escritor Victor Miller. Sean dirigiu o primeiro Friday the 13th de 1980, e voltou como produtor em Jason Goes to Hell, Jason X, no remake de 2009 e no game Friday the 13th. Victor escreveu o primeiro roteiro do primeiro filme de 1980.
Assim, por conta deste processo, nada de Jason ou da franquia Friday the 13th pode ser produzido, inclusive o game que tem feito muito sucesso teve seu conteúdo suspenso até que tudo se resolva. O ator Larry Zerner, que no filme Friday the 13th Part III (1982) fez “Shelly” se tornou um advogado do ramo cinematográfico e está bem a par do caso.

Ele explica que de acordo com The Copyright Act, qualquer autor pode encerrar os direitos cedidos de sua criação após um período de 35 anos, que no caso já foi a muito tempo. Essa lei permite que quando um ator, ou escritor tenha vendido algo a 35 anos atrás por um valor muito inferior, possa hoje ter uma chance de corrigir a coisa e ganhar algo, essa brecha por assim dizer existe porque no passado era muito comum você criar algo, alguém chegar e comprar barato e anos depois a coisa ter se tornado algo com 15 filmes que fizeram bilhões. No caso de Friday the 13th são 12 contando com o remake. Victor Miller alega que foi pago apenas US $9.500 isso não parece muito hoje, mas na época era, mas mesmo assim fizeram 12 filmes com tudo que ele colocou nas páginas. Basicamente ele criou e fundou uma franquia, que hoje não se limita apenas aos 12 filmes, mas a quadrinhos, jogos onde Jason apareceu como em Mortal Kombat, o próprio jogo Friday the 13th assim com camisetas, bonecos e tudo que puder gerar lucro.

Victor então usou a lei a favor dele, e mandou um comunicado ao guardião da franquia Sean Cunningham que ele teria até a data de Junho de 2018 para fazer mais filmes, depois disso, tudo reverteria para ele, tudo produzido depois da data, sem incluir os 12 filmes já feitos.
A coisa complica ainda mais porque ambos teriam que sentar e conversar já que a lei apenas bloqueia que novos filmes sejam feitos nos Estados Unidos, já que essa lei vigora lá, fazendo com que Sean Cunningham ainda conseguisse produzir coisas fora do país. E por não querer fazer acordo algum, Sean Cunningham processou o escritor alegando que quando Victor trabalhou no roteiro em 1979 ele não se encaixava nesta lei. O grande problema é que por ser algo novo, este recurso é algo novo para a indústria, então todos ainda estão entendendo como tudo pode funcionar, dando brechas para várias formas de bloquear os direitos de novos filmes, manobras legais se preferir.

Tudo é uma pena, e pode te fazer sentir raiva do escritor, mas pense desta forma, ele foi pago uma miséria baseado no que os filmes renderam após seu trabalho, e basicamente Sean Cunningham não quer dividir uma fatia do bolo com ele ou deixar ele ter qualquer controle criativo. Ambos os lados têm seus argumentos válidos, não existe certo ou errado, mas até que isso se resolva resta apenas esperar que o processo seja resolvido já que estamos desde 2009 sem um filme de Jason, ano que vem serão 10 anos, e não acho que tudo se resolverá até lá, é o maior intervalo de tempo que ficamos em um filme da franquia desde sua criação em 1980.

Mas por outro lado, a ideia de Sean Cunningham de como revitalizar a franquia era de um filme com Jason no inverno, Crystal Lake debaixo de neve, situado nos anos 80, meio que outro remake, e sinceramente não sei se isso agrega alguma coisa, é mais do mesmo. Outra ideia seria um filme found footage com alguém indo até Crystal Lake ou parando na região por um carro quebrado ou mesmo curiosidade e com uma câmera na mão, e um a um todos seriam pegos por Jason, mas na minha visão é um subgênero esgotado, filmes found footage de terror já deram o que tinham que dar, a qualidade é sempre abaixo do normal, fica tudo tremido justamente para não focalizar no que está acontecendo, e foi legal por um tempo, filmes como The Blair Witch Project abriram caminho para outras produções e pode-se pensar que a fórmula não se esgotaria nunca mas se esgotou, o reboot Blair Witch de 2016 por exemplo não teve o mesmo impacto, então se o remake de Friday the 13th de 2009 não foi lá essas coisas, colocar Jason em uma produção cuja metodologia não é das melhores não seria a melhor escolha.

Algo que não vimos ainda e seria ótimo explorar seria o relacionamento de Jason com a mãe Pamela, ou mesmo com o pai. Se você pensar, assistindo todos os filmes Friday the 13th, apenas sabemos que os monitores não prestaram a atenção em Jason e ele se afogou, e Pamela enlouqueceu partindo para uma vingança pessoal que mais tarde Jason mais velho termina, mas nunca vimos como eles se relacionavam, mãe e filho. Será que ela já era meio atormentada, ou ele? Será que era uma relação abusiva? Porque o pai nunca apareceu? Será que Pamela o matou? Jason fungiu o afogamento para fugir de um lar problemático? Esses são todos pontos que não foram focados ainda, e um prelúdio ao afogamento poderia ser um bom filme, algo novo pelo menos seria, no estilo Bates Motel a série que narra os eventos pré Psicose. Então se não temos um filme de Jason novo ainda, talvez seja melhor assim, mais do mesmo não é a saída.



TUDO sobre Jason e a franquia Friday the 13th AQUI 

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