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The Exorcist III (1990)

Poster do filme The Exorcist III (1990)/Morgan Creek Entertainment Group/Divulgação

Essa é a continuação que o filme O Exorcista merecia, totalmente com tom constante de investigação e suspense. Pode ser considerado um derivado do filme original de 1973 e nem tanto uma continuação já que não continuamos a história de Regan e sua mãe nesta produção. Por mais que pareça absurdo, a trama gira em torno da possibilidade do padre Karras do filme original não ter morrido quando caiu das escadas salvando a alma de Regan e outro espírito ter entrado em seu corpo no momento que sua alma estava saindo, então enquanto o espírito de um assassino entrava no corpo também prendeu a alma de Karras ali e ele não teve o descanso da morte.

O lance com O Exorcista 3, é o ambiente que ele te insere, uma história policial, psicológica e com pitadas de horror bem distribuídas que inicialmente não precisaria se chamar O Exorcista 3 já que no livro de William Peter Blatty não existe uma cena de exorcismo, ele teve que inserir no filme porque o estúdio queria declarar ele uma continuação e as pessoas iriam querer uma cena de exorcismo assim como não engajariam com o filme se não tivesse uma menção de O Exorcista no título, claro existe a história onde Blatty diz que uma secretária da produtora Morgan Creek fez a cabeça do dono da empresa porque pra ela sem um exorcismo não teria graça.

A Warner Bros. não lançou este filme no cinema.
Este filme segue o personagem do primeiro filme de 1973 que apenas apareceu como coadjuvante, Kinderman o policial que investigava a morte do diretor de cinema que caiu da escada e foi encontrado com o pescoço virado para trás. Então neste filme de 1990 ele é o principal vivido por outro ator, mas igualmente com performance satisfatória e então seguimos sua vida mantendo amizade com o padre Dyer que no primeiro filme aparecia apenas na cena da festa da mãe da Regan, consolando o padre Karras no dormitório e no final quando Regan vai embora com a mãe. No final do filme de 1973 Kinderman e o padre Dyer vão almoçar juntos, em O Exorcista 3 seguimos eles anos depois, na verdade 17 anos depois na mesma cidade Georgetown onde assassinatos com o estilo do Gemini (assassino de gêmeos que foi criado para o filme apenas, mas é baseado no Zodíaco um assassino real) ocorrem, mas não fazem sentido para o policial Kinderman já que na mitologia do filme o assassino de gêmeos foi executado na cadeira elétrica então este seria um imitador autêntico.
O filme abre com uma voz, dizendo que tem um sonho, de uma rosa, e caindo de um lance de escadas. O primeiro assassinato do filme é do menino Thomas Kintry. Kinderman e o padre Dyer ainda vão assistir ao filme It's a Wonderful Life. O padre Dyer se mostra fiel a Deus e não mostra ter questionamentos de fé como Karras tinha no primeiro filme. Em O Exorcista 3 a história é semelhante ao primeiro filme de 1973 apenas invertendo quem precisa restaurar a fé, neste filme Kinderman é o cético que passa por um inferno não conseguindo acreditar que existem forças sobrenaturais atuando nos assassinatos. O padre Dyer é morto dentro do hospital que no primeiro filme a mãe do padre Karras foi internada.

Dirigido e escrito por William Peter Blatty, o escritor do livro que inspirou o filme de 1973, e escritor do livro Legion (1983) que é a continuação literária do Exorcista, faz sua estreia como diretor aqui assumindo o posto de diretor de cinema para dar sua visão de como os personagens que ele mesmo criou estariam anos depois do primeiro filme.

Blatty foi impedido de usar o título de seu livro Legion (1983), mas a história é justamente da passagem bíblica de Jesus encontrando um possuído não apenas por um espírito, mas muitos, e isso logo se mostra quando as digitais dos assassinatos não batem demostrando que diferentes pessoas cometeram os assassinatos.

Com a morte do padre Dyer no hospital, Kinderman revela para o espectador em uma discussão que o assassino de Gêmeos cortava o dedo indicador das vítimas e desenhava o símbolo de gêmeos na palma da mão esquerda da vítima, assim como usava duas letras “L” nas palavras. Essa informação não foi divulgada para as pessoas na mídia, e isso servia para a polícia eliminar imitadores do assassino, e agora na trama do filme os 3 assassinatos do menino no começo, do padre no confessionário e do padre Dyer deixam Kinderman sem entender o que está acontecendo afinal é o modo de execução do Gemini.

Ainda dentro do hospital onde tudo de importante ocorre, existe um paciente na cela 11, que é o padre Karras do primeiro filme, de fato Jason Jason Miller o ator que interpretou Karras no primeiro filme volta para O Exorcista 3 no mesmo papel.
A grande vingança do demônio do primeiro filme ao ser expulso de Regan foi colocar o espírito do assassino de gêmeos no corpo de Karras, e então o espírito do assassino saia do corpo de Karras quando queria e entrava no corpo dos pacientes do hospital que cometiam os assassinatos. Então é importante perceber que nas cenas na cela do Paciente X, como Karras é definido, você verá 2 atores na cela, um sendo Jason Miller como padre, e outro Brad Dourif como assassino de gêmeos. A explicação é simples, quando vemos Damien Karras, vemos aquilo que o policial Kinderman e o mundo todo enxerga, quando vemos Brad Dourif vemos a aparência do assassino de gêmeos quando vivo e Kinderman não enxerga o Gemini porque não tem fé. A festa dele acaba quando o padre Paul Morning que nem tem tanta história chega no hospital e faz um exorcismo que se você pensar tira o tom do filme.

Uma morte muito bem filmada e sem mostrar nada quase é a da enfermeira, ela checa os quartos e quando você menos espera alguém surge com uma tesoura, é um jump scare real, não falso.
Na cena de exorcismo temos 3 entidades no corpo de Damien Karras, uma sendo a alma dele aprisionada, a segunda o assassino de gêmeos e a terceira Pazuzo ou Lúcifer que não fica claro. Sabemos que são 3 porque em uma linha de dialogo uma entidade diz: “Preciso salvar meu filho, o Gemini”.

Em 2016 foi lançado a versão Legion que William Peter Blatty foi impedido pelo estúdio de lançar, ou seja seu corte final. Nesse corte do do diretor, que foi o que ele filmou antes das demandas e exigências de mudança do estúdio/produtora. O final não continha um exorcismo, Kinderman simplesmente estourava os miolos de Karras na cela. Algumas coisas devem ser apontadas neste “Corte do Diretor”, primeiramente ele não é um filme melhor que a versão lançada nos anos 90, ainda mais pelas circunstâncias em que a versão do Diretor foi obtida, com fitas VHS do negativo original, então algumas cenas não foram inclusas porque foram perdidas para sempre, faltam pedaços ainda, talvez um dia eles sejam encontrados, mas eu prefiro a versão original conhecida e nomeada The Exorcist III, e gosto mais porque faz mais sentido na minha visão.

Na Versão do Diretor, o diálogo durante o almoço de Kinderman e Dyer contém algumas falas diferentes da versão original de 1990. A cela do Gemini é outro cenário, assim como a cena de exumação do corpo de Karras aqui é usada no meio do filme e na versão original de 1990 no final, e com diferentes propósitos que mudam completamente seu motivo de uso. Existem outras cenas pequenas como de uma prostituta que dura segundos e uma cena maior de quando uma enfermeira vai ao quarto do padre Dyer. Outra mudança que vemos na Versão do Diretor é alguns pedaços em preto e branco.

Na Versão do Diretor, é mencionado um tal de irmão Fain, ele foi encarregado do corpo de Karras quando ele morreu no filme de 1973, o Exorcista original, é dito que Fain estava em seus 80 e poucos anos e que já tinha tido infartos, 2 no total, e que ele era uma pessoa muito alta. Kinderman diz isso para o padre presidente da universidade que ajuda ele a ligar os assassinatos aos nomes com K das vítimas, e onde isso tudo leva é que antes vemos Kinderman exumando o túmulo do padre Karras, e ele diz na hora “não é ele”, ele descobre que quem foi enterrado no lugar de Karras foi outra pessoa, alguém que tinha uma idade próxima a 80 anos, não tinha dentes, e já havia sofrido 3 infartos, sendo o último a causa da morte e como mencionei o irmão Fain tinha sofrido 2, e o terceiro foi causado por um susto, quando ele possivelmente vê Karras saindo da cova.

Outro ponto importante nas duas versões é que Kinderman diz que Karras era um santo, seu melhor amigo, e isso não bate com o filme de 1973, eles mal se conheciam, e isso ocorre porque O Exorcista 3 é meio que um universo paralelo de eventos, e deve ser tratado assim já que nenhum dos atores do terceiro filme tirando Jason Miller (Karras) claro, são parte do elenco do primeiro filme, e na Versão do Diretor Jason Miller não aparece, evidenciando ainda mais que se trata de um universo paralelo. Deve-se pensar assim, se o diretor do filme não conseguia fazer o elenco do filme de 1973 voltar, ele substituiu todos por outros atores, logo na mente dele não fazia sentido ter apenas um ator do filme original de 1973 e o resto pessoas diferentes, por isso o diretor William Peter Blatty prefere a versão dele com Brad Dourif fazendo o padre Karras, porque já que tanto Kinderman e o padre Dyer são outros atores, Karras deveria ser também.
Na Versão do Diretor bem no começo quando Kinderman e Dyer estão no restaurante vemos a foto de Karras na parede, e como nesta versão é Brad Dourif que faz o assassino de gêmeos e o padre Karras, consta o rosto de Brad na foto. Deve-se entender que na Versão do Diretor, não existe aquele esquema da versão original de “olhos da fé” que o assassino de gêmeos menciona, já que não vemos o rosto original dele na Versão do Diretor, sabemos apenas que o espirito dele está dentro de Karras, mas é só isso, o rosto dele nunca, já na versão de 1990 do filme existe uma enorme diferença quanto a isso, quando mostra Jason Miller é o padre Karras e o exterior, o corpo, e quando mostra Brad Dourif é a forma do assassino de gêmeos.
Algo que o ator Brad Dourif revelou é que o ator Jason Miller, tinha se tornado um alcoólatra e não conseguia memorizar as linhas de diálogo do Gemini, então eles optaram por mostrar Miller como o corpo ou receptáculo e Brad Dourif como o Gemini.

Nada de padre Morning na Versão do Diretor, o motivo de a enfermeira não conseguir matar a filha de Kinderman fica inconclusivo, o assassino de gêmeos apenas diz que uma hora ele terá sucesso. No livro Legion (1983) o final é com o policial Kinderman indo até a cela de Karras, e depois de uma conversa, Karras/assassino de gêmeos morrendo, quando o pai do assassino Gemini sofre um infarto, e ele diz para Kinderman na cela que ele continua matando para envergonhar o pai, e com o pai morto, ele não tem mais motivo de continuar na terra, ele deixa o corpo de Karras o matando.

Por anos Blatty tentou reaver seu corte inicial do filme da produtora Morgan Creek sem sucesso, porque a produtora sempre dizia que tinha perdido o negativo original. Em 2016 foram achadas fitas em VHS do corte original, que compiladas as filmagens do longa de 1990 formaram a versão do diretor. Essa versão inclui o policial Kinderman vendo o corpo do padre Karras no necrotério após sua queda nas escadas no primeiro filme e o monitor cardíaco oscilando com sinal de vida. Também inclui uma morte alternativa para o padre que morre no confessionário, com seu corpo sentado segurando sua cabeça. A cena da conversa entre Kinderman e um padre sobre os assassinatos era mais extensa. O mais interessante é justamente o ator Jason Miller voltando como padre Karras para as cenas na cela, mas que no corte original de Blatty não existiam essas cenas. Você pode comprar ente DVD/Blu-ray online, ele contém as duas versões do filme + extras.

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