Sinister 2 (2015) / A Entidade 2
Poster do filme Sinister 2 (2015)/Blumhouse Productions/Entertainment One/Divulgação |
Dirigido por Ciaran Foy e escrito por Scott Derrickson que escreveu e dirigiu o filme anterior de 2012. Nesta continuação focando no policial que no primeiro filme era coadjuvante aqui se torna o principal e vemos a história por sua perspectiva lidando com a mesma entidade do filme anterior. Em questão de comparação, o primeiro filme teve um retorno maior de bilheteria e um orçamento menor também, já Sinister 2 teve 3 vezes o orçamento do primeiro filme e arrecadou US $ 54 milhões e não é um filme ruim, até amplia e explora aspectos do primeiro filme que não foram mostrados, houve um aprimoramento.
A parte 2 então começa novamente com um filme snuff sendo mostrado, estilo crucificação no milharal de uma família como se fosses espantalhos sendo queimados vivos. Dylan Collins visualiza esse massacre como um sonho, ele vive com o irmão chato gêmeo demais chamado Zach e a mãe Courtney (Shannyn Sossamon) que mora em uma casa escondida do ex marido que era abusivo e procura por ela para lhe tirar os filhos.
O policial do filme anterior que não tem nome nem naquele filme nem neste saiu da polícia por ser a última pessoa que o escritor Ellison Oswalt do filme anterior falou antes de morrer, ele não foi acusado, mas trouxe alvoroço midiático para o caso em desfavor a polícia e por isso foi dispensado. Ele então acha as casas que tiveram mortes relacionadas a Bughuul e as queima antes que alguma família se mude para ela, quebrando a corrente. Ele chega até a casa de Dylan para investigar a igreja anexa a casa que teve mortes parecidas com o caso do escritor que ele conheceu.
No filme anterior a gente não tinha ideia que as crianças eram as assassinas de suas próprias famílias porque a narrativa escondia isso, era a grande revelação da trama, mas aqui no segundo filme não tem mais como se usar aquela coluna narrativa, era preciso ampliar o entendimento e adicionar mais mitologia a história daí que surgem as crianças mortas fazendo a cabeça das vivas para concretizar o desejo de Bughuul, isso não vimos no filme de 2012, no final a filha de Ellison Oswalt mata todos no momento que eles se mudam da casa que estavam (que era uma casa com assassinatos ocorridos no passado) para sua antiga propriedade, mas não vemos como ela entrou em contato com os filmes snuff que são os responsáveis por fazer a conexão com Bughuul. Este novo filme então preenche aquela lacuna.
Dylan vê as crianças que foram possuídas por Bughuul como aprendemos no filme anterior e que tentam influenciar ele a matar sua família, toda noite eles pedem que ele desça até o porão da casa e assista aos filmes que eles fizeram quando vivos das mortes de suas respectivas famílias. As mortes dos filminhos são bastante criativas até, pessoas penduradas em um rio com crocodilos, enterradas na neve na época do natal, eletrocutadas em uma cozinha e minha preferida, a da igreja onde pessoas tem ratos atravessando seus corpos para fugir do calor.
Aprendemos que nos anos 70 pessoas que usavam rádios amadores, escutaram uma transmissão em uma frequência quase não usada, a transmissão era um piano e uma garota falando números. Nos anos 90 foi gravada e então se notou que os números eram pontos de localização, de uma fazenda norueguesa onde ocorreu um massacre em 1973 no estilo Bughuul com uma criança sumida. O rádio da casa foi mandado para o professor Jonas (Vincent D'Onofrio) que no primeiro filme ajudou Ellison Oswalt, ele achou o padrão dos crimes. Fazem uma revisão para você assistindo relembrar o caso do filme anterior, então sempre ocorre o desaparecimento de uma criança, uma família morta e uma figura tipo totem que invoca a entidade Bughuul podendo ser musical, figurativa ou mesmo literária, assim Bughuul não se limita a filmes snuff, mas tudo que possa ser considerado uma observação estética de violência.
No final tudo faz sentido e vemos que Dylan estava sendo usado para que seu irmão fosse atraído na verdade, e a primeira morte que vemos no filme se concretiza com o irmão de Dylan incendiando o pai.
Não se trata de um filme horrendo ou ofensivo que de alguma forma estrague o que foi atingido no anterior, ele funcione de forma menos efetiva por tirar o elemento surpresa da coisa, a gente logo presume que as mortes vão ocorrer quando Dylan se muda da casa e que seu irmão as cometeria.
O paralelo mais direto seria com a série de filmes Children of the Corn / A Colheita Maldita, inclusive Milo a criança que gosta de influenciar os vivos é inspirada em Isaac.
Enquanto no primeiro filme as gravações eram em super 8, neste são em 16 mm que tem 30 anos a mais de idade da 8.
Mais ou menos aos 52 min de filme em um mural do professor que o policial visita vemos um desenho que lembra muito o demônio vermelho da franquia de filmes Insidious. A caixa de filmes que vimos no A Entidade pode ser vista em Insidious: Chapter 3 [Sobrenatural: A Origem (2015)] quando mostra o além.
Não é um filme perfeito claro, a cena final do policial no hotel é bem apressada mas se você pensar bem no que vimos no primeiro filme é um belo fechamento, é um full circle como dizem, tudo se completa. Vou explicar, no primeiro filme Ellison Oswalt queima a caixa de filmes e se muda, então pouco antes de ser morto, a caixa aparece na casa que ele mudou no porão, e neste filme que detalhamos Sinister 2, o policial fulano de tal dá de cara com o rádio que ele manda o professor se livrar, abrindo duas possibilidades:
1. Ele dormiu uma noite na casa de Courtney, Dylan e Zack e saiu de lá para o hotel, isso indica que ele se colocou na corrente mesmo que o homicídio não tenha ocorrido na casa em si, mas na igreja anexa é o mesmo terreno.
2. Bughuul colocou ele na corrente porque o hotel que ele estava foi cenário de um crime passado que ele não descobriu.
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