Header Ads

Os acertos e problemas do Universo da DC nos cinemas - parte 1


Para estabelecermos uma boa matéria, não podemos apenas focar nos eventos a partir de O Homem de Aço (2013), devemos voltar um pouco e entender os acertos e erros.


Montagem dos pôsteres de Superman: O Filme (1978)/Superman II (1980)/Superman III (1983)/Superman IV: The Quest for Peace (1987)/Dovemead Films/Film Export A.G./International Film Production/Cantharus Productions/Cannon Films/Warner Bros./Golan-Globus Productions/Divulgação e Reprodução


 Superman: O Filme (1978)
Foi aqui o começo, e que belo começo, foi quando as pessoas realmente acreditaram que o homem poderia voar. Christopher Reeve eternizou o personagem para sempre e até hoje é considerado o melhor Superman. O elenco deste filme era perfeito, Marlon Brando fazendo Jor-El e Gene Hackman como Lex Luthor. Com uma abordagem simples o sucesso do filme foi enorme.

Superman II (1980)
Aqui pode-se dizer que foi onde os problemas de autoria e confiança no corte final do diretor começaram, problemas estes que vemos até hoje se repetindo. Richard Donner o diretor do primeiro Superman pretendia filmar tanto o primeiro, quanto o segundo filme juntos, e ele já tinha conseguido 80% de Superman II, mas suspendeu o segundo filme para conseguir um lançamento/finalização mais precisa para o primeiro filme. Donner por compromissos teve que se ausentar, e não aceitou a abordagem do estúdio em cortar as cenas de Marlon Brando para diminuir o orçamento de Superman II, e entre várias discordâncias foi então substituído. Pesquisando mais a fundo existem várias versões da mesma história, uma que Donner foi convidado a terminar o segundo filme mas recusou, outra que ele tinha passado do orçamento determinado para os dois filmes, outra dizendo que não havia prazo ou orçamento determinado, e outra que após oito semanas de espera ele soube que não precisavam mais dos serviços dele. Richard Lester entrou em seu lugar para finalizar o segundo filme. Para considerar que um diretor tenha autoria de um filme, ele deve ter filmado 51% das cenas. Então para terem Richard Lester no posto, muito teria que ser refeito para que ele conseguisse o crédito final de diretor. Gene Hackman não voltou para as novas refilmagens assim como vários membros da equipe que estavam comprometidos a seguir as ordens do primeiro diretor Donner também não voltaram. O roteiro foi reescrito aproveitando uma primeira versão antiga descartada. Neste filme Superman luta contra general Zod. O filme foi então refeito às pressas e isso refletiu em uma produção sem tanta paixão, e com mais humor, mas em 2006 a justiça foi feita e Donner resgatou ao máximo possível seu corte ideal nunca mostrado e lançou: Superman II: The Richard Donner Cut que é um filme muito diferente do Superman II original.

Superman III (1983)
Dirigido por Richard Lester que substituiu Donner no segundo filme, este novo é uma extensão negativa dos erros cometidos no filme anterior. A comédia se instalou na franquia com a adição de Richard Pryor. Nesta história Superman luta com um supercomputador (rs).

 Superman IV: The Quest for Peace (1987)
A cada filme a qualidade sofre mais impacto, chegando ao seu ápice neste filme. Dirigido por Sidney J. Furie tendo o Homem-Nuclear como vilão, sendo tudo uma tentativa frustrada de usar o personagem Bizarro, mas sem o usar de fato. Neste filme Superman busca a paz na terra eliminando armas nucleares e evitando um confronto mundial. No dvd de 2006 é dito que aproximadamente existe 45 minutos de filme que não fazem parte da versão final, assim existe 45 minutos que o público nunca viu desse filme. Inclusive que o Homen-Nuclear que é o último confronto de Superman, na verdade era o segundo criado na história do filme. Essas cenas nunca vistas continham uma em especial onde Clark visitava o túmulo dos pais. Outra cena nunca vista é de uma dança entre Clark e Lacy Warfield. O maior erro até então veio neste filme, e foi algo tão absurdo e errado que eles não sabiam como fazer a seguir, se seguiam com um Superman V ou se faziam um reboot, algo ainda não considerado para adaptações live action, mas então em 1995 a paralisia de Christopher Reeve deixou tudo suspenso e um terreno que ninguém ousou opinar em como arrumar.


Montagem com pôsteres de Batman (1989)/Batman Returns (1992)/Batman Forever (1995)/Batman & Robin (1997)/Batman Begins (2005)/The Dark Knight (2008)/The Dark Knight Rises (2012)/Warner Bros./PolyGram Filmed Entertainment/Syncopy/DC Comics/Legendary Entertainment/DC Entertainment/Divulgação e Reprodução
Batman (1989)
Essa obra prima dirigida por Tim Burton deixou aquele Batman engraçado e inofensivo da série de Tv (exibida entre 1966 e 1968) para trás. É o primeiro longa da Warner Bros. para o homem-morcego. Jack Nicholson, Kim Basinger e Michael Keaton formam o elenco onde Batman já ativo em Gotham City acaba criando o Coringa que por sua vez aprendemos ser o responsável pela morte dos pais de Bruce, assim sendo o criador do Batman já que do trauma de Bruce cria o símbolo para combater o crime na cidade. Coringa então quer transformar a cidade em versões dele mesmo com um gás tóxico. Jack Nicholson rouba o filme com sua interpretação para o palhaço onde ao mesmo tempo é insana e perfeitamente atuada. Claro nunca se consegue agradar a todos os fãs e o fato de Vicky entrar na Batcaverna assim como a alteração do assassino dos pais de Bruce em relação aos quadrinhos contribuíram para isso, mas todos devem concordar que aquele Batman ainda não havia sido visto pelo grande público, e isso pode ser considerado um avanço e não um retrocesso.

Batman Returns (1992)
É outro acerto para um filme do homem-morcego, claro que foi um filme problemático, tanto em sua execução quanto nos problemas que geraram para Tim Burton. Temos a ótima adição de Danny DeVito como Pinguim e Michelle Pfeiffer como Catwoman. Apesar do bom desempenho em bilheteria, as críticas, a violência e o tom prejudicaram a forma que o público absorveu a trama, de tal forma que mesmo sendo indicado para crianças de 13 anos, o McDonald's cancelou sua promoção de Mc Lanche Feliz com os bonecos do filme, afinal era difícil se comer com um boneco do Pinguim com uma gosma preta saindo da boca. É considerado um filme muito mais obscuro e depressivo em relação ao anterior.

Batman Forever (1995)
Pelos problemas ditos no filme anterior ficou difícil para Tim Burton ser considerado como diretor para este filme. Conversas ocorreram, mas no final decidiram sair um pouco da obscuridade e noir. Burton ficou apenas como produtor, e Joel Schumacher foi contratado como diretor. Apesar da troca do Batman neste sendo Val Kilmer, é considerado uma continuação do anterior. Duas-Caras (Tommy Lee Jones) e o Charada (Jim Carrey) são os vilões adicionados, e o novo herói Dick Grayson (Chris O'Donnell) como Robin. Ocorreu uma mudança significativa de tom em relação aos filmes anteriores, ficou mais familiar e com menos gravidade e sexualidade. Alguns consideram um mal filme, mas fato é, se saiu melhor nas bilheterias que seu antecessor. Neste filme o McDonald’s se envolveu no merchandising de forma forte. A ótima música Hold Me, Thrill Me, Kiss Me, Kill Me do U2 foi anexada a trilha sonora assim como Kiss from a Rose do Seal. Val Kilmer teve uma relação problemática durante as filmagens, resultando em discussões e comportamento inapropriado por parte dele.

Batman & Robin (1997)
Senhor, nem sei o que escrever. Novamente Joel Schumacher dirige, com um novo Batman que ainda faz parte da cronologia antes estabelecida, mas agora sendo George Clooney. O restante do elenco é forte até, Arnold Schwarzenegger, Uma Thurman, Chris O'Donnell e Alicia Silverstone sendo respectivamente Mr. Freeze, Hera Venenosa, Robin e Batgirl. As críticas vieram pesadas dessa vez, já que tentaram neste filme resgatar aquele tom camp da série de Tv que a audiência de 1997 não estava nem um pouco interessada em relembrar. Atenção para a péssima cena de surf no início do filme, um Bane totalmente descaracterizado, um bat-cartão de crédito e claro, os famosos mamilos nos uniformes. A bagunça foi tamanha que ninguém sabia como proceder e então foram feitas inúmeras tentativas de reformular a coisa que você confere no vídeo clicando aqui onde falamos dos filmes que quase ocorreram do Batman. Assim como os filmes do Superman, a qualidade foi decaindo a cada produção.


Batman Begins (2005)
Agora sim um belo acerto, tanto no tom, quanto nos vilões, quanto na história, e no elenco/direção. Christopher Nolan é o responsável por revitalizar a franquia, e contar a história de origem do Batman (Christian Bale). O elenco de apoio conta com Michael Caine, Liam Neeson, Katie Holmes, Tom Wilkinson, Cillian Murphy, Morgan Freeman, Ken Watanabe e Gary Oldman. O filme retomou o tom sombrio e adicionou realismo na trama. Christopher Nolan é conhecido por explicar demais até em certos momentos, e nesta história, até a forma da capa do herói é explicada.  O bat-móvel ficou mais parecido com um mini-tanque e apelidado de Tumbler. Um sucesso de bilheteria e crítica que varreu a atrocidade anterior. A relação entre Batman e Gordon foi excelentemente desenvolvida, assim como o Batman ser mais detetivesco como nos quadrinhos. Só pelo fato de apresentar uma história que mostra algo ainda não visto em nenhum filme anterior você já deve olhar de uma forma diferente. E o final deixando gancho para o encontro com o Coringa era exatamente o que você precisava mas não sabia, afinal após o primeiro filme as críticas a qualquer um categorizado como vilão eram severas e sempre comparativas a Jack Nicholson, então com Batman Begins focando no medo, no trauma, e na criação de um símbolo que inspirasse as pessoas a pressão de um vilão tão bom quanto o herói foram menores fazendo com que o Espantalho pudesse ser tratado de forma realista e não de super-vilão.

The Dark Knight (2008)
Christopher Nolan fez tudo nesse filme, dirigiu, escreveu e produziu. Christian Bale volta como Batman, assim como o elenco de apoio do filme anterior, agora com a adição de Aaron Eckhart como Harvey Dent, Maggie Gyllenhaal como Rachel Dawes (substituindo Katie Holmes que estava grávida) e claro, Heath Ledger como Coringa. Vemos um transporte mais ágil para Batman com a Batpod, sua moto criada a partir do Tumbler. Nesta produção podemos dizer que a excelência foi atingida, com uma bilheteria passando de US$1 bilhão, este para muitos é considerado o melhor filme do Batman até hoje. Temos várias sub-tramas, como a de Lau, dos reféns do Coringa, da criação do     Duas-Caras, de Batman terminando o filme como vilão, enfim é um belo filme. A melhor coisa desta produção é o Coringa, claro, nem se discute, mas não só pela interpretação, mas porque ele é um personagem que simplesmente existe, como no primeiro Batman de 1989, o Batman já existia, não foi contada sua origem ali, e em The Dark Knight a mesma coisa. São dadas 3 explicações do Coringa para a sua aparência, sendo que cada uma é diferente da outra, e isso torna o personagem enigmático, não se sabe de onde ele surgiu, se sempre viveu ali, ou se veio de outra cidade, na verdade não se sabe nada sobre ele e a morte repentina de Heath Ledger as vésperas do lançamento nos cinemas tornou tudo mais interessante.

The Dark Knight Rises (2012)
Todo o elenco e direção dos dois filmes anteriores retornam, mas sem Harvey Dent e Rachel Dawes. Temos a adição de Anne Hathaway como Selina Kyle/Mulher-Gato, Joseph Gordon-Levitt como Robin, Marion Cotillard como Talia al Ghul e Tom Hardy como Bane. Neste filme, Batman a 8 anos sem aparecer desde os eventos do filme anterior, é obrigado a sair da aposentadoria quando o vilão Bane tenta levar Ghotham a destruição instalando o caos na cidade e terminando o que a Liga das Sombras tentou em Batman Begins. Como fechamento este filme cumpre seu propósito, ele amarra todas das pontas do primeiro da trilogia, temos a eterna referência de Bruce preso no poço quando criança agora assombrando ele já adulto, mas em uma circunstância muito pior; Temos uma participação do vilão espantalho também do Begins; Temos Bruce amargurado porque não conseguiu deixar de ser o Batman a tempo para ficar com Rachel, também extraído do Begins.
Bane toma conta da cidade depois de quebrar as costas de Batman, mantendo todos como reféns com uma bomba criada a partir de um reator roubado das Empresas Wayne, que seria usado para energia limpa. Algumas coisas devem ser pontuadas neste filme: O silêncio na discussão de Alfred e Bruce, é um momento muito forte, onde você percebe a dor de Alfred por ter queimado a carta de Rachel do filme anterior deixando Bruce sem saber que ela tinha escolhido Harvey; A cena da briga entre Bane e Batman também é bruta e sem acrobacias ridículas; A cena onde Selina manipula a polícia no início gritando no bar para conseguir escapar é primorosa; A interpretação de Tom Hardy como Bane é absurda, e se bem me lembro na época do primeiro trailer a voz dele estava quase impossível de ser entendida, e foi mudada posteriormente.
Assim como propósito de conclusão de uma saga, o filme cumpre seu propósito, claro, existem algumas coisas que são características de Christopher Nolan como te deixar imaginando se você realmente entendeu o final do filme, ele já fez isso com Inception (2010) naquela cena do peão, e já fez isso em The Prestige (2006), e em The Dark Knight Rises (2012) a coisa se repete, dando a entender que Batman se sacrificou pela cidade, deixando espaço para que ele possa viver com Selina e que outro assuma seu lugar. Muitos se perguntam se Alfred estava sonhando quando vê ele com Selina, e fica muito claro para mim que não, ele realmente viu Bruce seguindo em frente, aquilo realmente aconteceu, já que ele não sabia da relação de Bruce com Selina, logo ele poderia ter imaginado ele com qualquer outra mulher. Outra indicação de Bruce estar vivo, é que o piloto automático do Batwing foi alterado justamente por Bruce dias antes da explosão da bomba, então fica bem claro tudo. A revelação do Robin é meio sem graça, porque já dava para perceber afinal Blake era um órfão criado num orfanato financiado por Bruce, meio que como se Bruce tivesse criado ele indiretamente neste universo realista de Nolan.
Robin encontrando a Batcaverna é apenas um fan service e nada mais, eles não tinham intenção de seguir com Gordon-Levitt como Asa Noturna ou mesmo como Batman, mas foi uma ótima forma de fechar as cortinas e dizer: A escolha é de vocês agora, porque eu terminei a minha parte.



Nenhum comentário

Tecnologia do Blogger.