Morgan (2016)
Morgan (2016)/Twentieth Century Fox/Divulgação |
Dirigido por Luke Scott (filho de Ridley Scott). Uma inteligência artificial é criada em um local remoto e os criadores chamam uma analista de risco para checar se a criatura deve ser mantida viva para dar algum avanço a humanidade ou morta em função de um incidente que os fez questionar seu propósito de existência, e claro que dá tudo errado ou não teríamos um filme aqui. Morgan não demora para assumir o controle da situação na instalação. A falta de malícia, excesso de deslumbramento por parte dos seus criadores e julgamentos comprometidos por laços familiares que desenvolveram com o ser faz a trama muito semelhante ao clássico Species de 1995, conhecido como A Experiência no brasil.
Kate Mara que faz cálculo de risco, deve então estabelecer o
controle sobre a recém-criada entidade interpretada por Anya Taylor-Joy (do ótimo
A Bruxa 2015). Morgan tem 5 anos, mas aparenta 17, é um produto de bioengenharia.
Ela tem dificuldades em entender emoções, mas fisicamente domina qualquer
pessoa.
Primeiramente, não veja o trailer do filme, passa uma falsa
impressão, e como já vimos com filmes como Esquadrão Suicida o trailer pode
enganar, e nesse caso ele pode iludir que será um filme de ação normal, quando
na realidade o primeiro ato é bem lento e demora para que a coisa engate
realmente. A comparação imediata aqui é com Ex-Maquina de 2014, não tem como
desconsiderar.
Ao conhecermos a instalação do projeto, o esquisito é a mínima
segurança para algo tão avançado assim em termos tecnológicos. Paul Giamatti
integra o elenco, como Dr. Alan que apenas está ali para servir de estopim ao
desastre do experimento sendo provocativo. Anya Taylor-Joy salva o filme com
seu aspecto meio reptiliano e frieza, a produção é bem executada, tem bons
atores, e interpretações, apenas é mais do mesmo. Se você já viu os filmes que
comparamos, já viu Morgan e sabe que nada vai terminar bem para os cientistas.
Essa ficção a cada dia parece mais uma realidade em nossas vidas, é a clássica
premissa de pessoas brincando de Deus e criando o mal encarnado.
O roteiro do filme é outro destaque além da atriz que
interpreta Morgan, sem ele, esse filme seria um bando de bons atores desperdiçados,
e assistindo é possível entender porque o roteiro desse filme foi um dos
melhores não realizados roteiros de 2014. Ele não tenta ser a redefinição de
ficção científica mas faz seu trabalho de ser efetivo e entreter. O grande
problema para algumas pessoas, pode ser o desenvolvimento inicial do filme, que
fica tateando em diálogos e explicações sobre a criatura. A atmosfera não entregada
de cara ao espectador, é um ritmo mais lento e progressivo.
Apenas não se encha de expectativas com o filme (assista sem
ver o trailer que entrega muito e pode afetar seu julgamento) que a experiência
será mais satisfatória e recompensadora. É bem filmado e dirigido, o começo dá
a entender uma visão mais psicológica de suspense, já o final tem uma inversão
de papeis que satisfaz o propósito da análise de risco.
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