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Don't Breathe (2016)

Don't Breathe (2016)/Screen Gemsg/Stage 6 Films/Ghost House Pictures/Blind Man Productions/Sony Pictures Worldwide Acquisitions (SPWA)/Divulgação


Um filme dirigido por Fede Álvarez, o mesmo responsável por ressuscitar A morte do Demônio em 2013 de forma soberba. Uma garota Rocky (Jane Levy) que faz qualquer coisa para ficar longe de casa e seus comparsas praticam roubo domiciliar, e atraídos pela chance de uma quantia alta de dinheiro, planejam invadir a casa de um velho cego, acreditando que seria a coisa mais fácil de se fazer. Então descobrimos que o velho cego é um veterano vivendo sozinho tendo sua filha sido morta em um acidente de carro e assim ele recebeu uma alta quantia em dinheiro da família do responsável.
É como se eles tivessem invadido a casa do Demolidor da Marvel. Um dos comparsas de Rocky, Alex tem um pai que trabalha em uma empresa de segurança, assim facilitando o roubo para eles.
O diretor tem um senso de espaço muito bom, conseguindo fazer da casa um labirinto praticamente, brincando com a sensação imediata de confinamento, e testando o sentimento de moralidade de Rocky nessa ação desesperada que nada mais é que uma mascarada tentativa de ter uma vida melhor usando o dinheiro do roubo. É como se ela lutasse tanto para fugir da vida que leva, chegando a um ponto de confronto com sua própria consciência se deixando levar pela facilidade de um assalto, e nem notando que essa medida desesperada que leva ela a querer deixar a mãe abusiva a levou direto para a casa de um homem não tão diferente assim, como se o destino dela fosse ter que lidar com isso de qualquer forma.

O truque mais utilizado em filmes do gênero é a famosa câmera tremida e o estalo da trilha sonora usados como artifício para te distrair para que não perceba o que está ocorrendo, isso não ocorre nesse filme. É notável uma total liberdade criativa do roteirista responsável. Logo na metade você tem que encarar a realidade que a história não vai tomar a forma que você espera quando mais do passado sinistro do cego vai surgindo e quando você pensa que o filme caminha para um lado, ele muda uma coisinha e sua percepção de quem é a vítima muda também. O veterano tem a vantagem, já que conhece cada canto da casa, mesmo vivendo na escuridão da cegueira ele é mais sensível a todos os outros sentidos como som, tato e paladar.

Pense em todos os clichês de filmes de suspense\terror, pois bem, esse filme não tem aquele susto falso, com uma mão no ombro, ou um gato derrubando coisas. É uma eletrizante experiência e uma aula de como fazer cinema com uma ideia simples, inserindo o espectador no ambiente. O conceito é genial, e conforme vamos conhecendo mais a respeito do sujeito cego, mais percebemos como os 3 idiotas nunca deviam ter pisado naquela casa. Talvez uma homenagem que o filme faz, são os personagens, praticamente iguais aos do filme O Quarto do Pânico, se prestar atenção verá uma enorme similaridade, e para quem é exigente com filme como somos, isso pode incomodar um pouco.

Um suspense construído cirurgicamente, com ação viciante, menos gore que Evil Dead claro, onde a coisa mais preciosa na casa do homem cego não é o dinheiro, e sim o silêncio que você consegue manter porque ele escuta tudo até um suspiro.

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