Vale a pena? Invocação do Mal 3: A Ordem Do Demônio (2021)
Dos filmes da franquia principal, sem contar todos os Annabelle e The Curse of La Llorona e claro The Nun (2018), muitos podem dizer que Invocação do Mal 3 (The Conjuring: The Devil Made Me Do It) seria o mais fraco em questão de sustos e entidades, mas a verdade é que esse capítulo opera usando outros músculos, a atmosfera é outra, não se trata mais de uma casa amaldiçoada ou um receptáculo do mal, mas sim de outro caso dos Warrens que é mais investigativo e leva um certo tempo até tudo se conectar. Não assista a este novo capítulo esperando mais do mesmo, assista disposto a aceitar que o mal nem sempre está apenas ligado a entidades com garras e chifres.
Imagem via New Line Cinema/Atomic Monster/The Safran Company/Divulgação |
O ritmo difere tanto porque a direção é outra também, o diretor Michael Chaves que dirigiu o spin-off The Curse of La Llorona de 2019 volta para continuar o que James Wan começou, mas Wan ainda produz Invocação do Mal 3 assim como fez com todos os outros derivados de Annabelle e Valak.
Em um dado momento do filme Lorraine recebe um buque de flores dos Perrons que são a família do primeiro filme de 2013.
Uma grande homenagem ao Exorcista (1973) ocorre logo no começo do filme quando o já conhecido padre Gordon chega de taxi. Mais tarde no filme quando Ed está hospitalizado alguém chama pelo Dr. Merrin, nome do padre do filme de 1973. O padre Gordon já apareceu em Invocação do Mal (2013), Invocação do Mal 2 (2016) e Annabelle 3 - De Volta Para Casa (2019).
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Quando Lorraine diz que conheceu Elvis em pessoa antes e depois de sua morte, ela se refere ao momento que Ed canta uma música do Rei no filme de 2016.
No momento que Lorraine ordena que a feiticeira deixe Arne, ela diz: “Pelo sangue do calvário, eu ordeno”. O calvário de Golgotha de acordo com os evangélicos canônicos seria o local de Jerusalém onde Cristo foi crucificado.
O primeiro trailer do filme passa a impressão que esse seria um filme de tribunal, nos moldes de O Exorcismo de Emily Rose (2005) mas é apenas uma edição insinuativa.
Apenas no final do filme, no álbum de fotografias do padre é possível ver o nome do responsável pelos horrores da história, e bem rapidamente por sinal.
Já existe um filme sobre essa história, ele se chama Exorcista do Demônio (1983) assim como um livro "The Devil in Connecticut" de 1983 e gira em torno de Arne Cheyenne Johnson que matou seu senhorio em 1981 e alegou em julgamento como um ato sem controle induzido por uma força maligna.
Pense em uma série como “Arquivo X” onde nem todos os episódios eram sobre alienígenas, o mesmo se aplica em Invocação do Mal 3, nem todas as histórias dos Warrens terminam com um grande exorcismo e salpicos de água benta.
Após tantos anos de filmes derivados algo que sempre empolga neles é o momento em que conectam-se com os Warrens de alguma forma e isso apenas ocorre pela sintonia de Vera Farmiga e Patrick Wilson.
É muito fácil acreditar nos personagens quando a dinâmica é perfeitamente articulada sendo a centelha de tudo o amor de Lorraine e Ed, claramente acompanhar a relação deles e os casos em que trabalharam é algo mais interessante que os sustos que o pacote trás.
A filha dos Warrens, Judy, volta novamente a ser vivida por Sterling Jerins, ela já havia aparecido nos anteriores Invocação do Mal 2 e Invocação do Mal sendo substituída em Annabelle Comes Home por conta da cronologia daquele filme. Ele se passava em 1971/1972 e como foi feito em 2019 Sterling já havia ficado mais velha.
Um ponto pouco explorado no filme são os desdobramentos do caso de Arne, o julgamento em si ocorre em terceiro plano e o veredito é descrito após o termino do filme.
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