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Cast Away (2000) / Naufrago

Poster do filme Cast Away (2000)/ Twentieth Century Fox/DreamWorks/Divulgação

Uma excelente abordagem de um drama romântico forte que não usa os estereótipos do gênero.
Dirigido por Robert Zemeckis, estrela Tom Hanks e Helen Hunt, e mostra a vida de um funcionário da FedEx, uma real empresa de transportes, que sofre um acidente sendo o único sobrevivente em uma ilha em algum local no Pacífico Sul. Para um orçamento de US $ 90 milhões e tendo feito US $ 429.6 milhões não precisa ser matemático para notar que é um sucesso.

A história se passa 5 anos antes da data de lançamento em 1995, Chuck Noland é um funcionário dedicado da FedEx que vive pelo relógio, e viaja para todos os locais necessários resolvendo problemas e treinando pessoal para otimizar o serviço em prol do tempo das entregas. Chuck namora Kelly Frears que já foi casada, e ambos vivem em Memphis no Tennessee. Todos da família de Kelly pressionam para ele tornar ela uma mulher direita como dizem, e bem no natal ele precisa fazer uma viagem para a Malaysia mas como o título indica, ele não consegue e cai próximo a uma ilha tendo que sobreviver com as bagagens do avião e com os recursos da ilha lidando com um dente problemático, falta de esperança, pensamentos suicidas e escassez de recursos.

Tom Hanks teve a ideia, mas apenas um terço dela, o outro 1/3 quem proveu foi o roteirista e a terceira parte o diretor. Tudo começou quando Tom estava lendo uma matéria sobre a empresa de transportes e se deu conta que eles voam 3 vezes por dia no Pacífico e se algum deles caísse na água provavelmente alguém sobreviveria e isso daria uma bela história.

Tom precisou ganhar 23 Kg para os momentos no filme pré-acidente e durante um ano ele deixou a barba crescer e perdeu peso para as cenas na ilha, isso tornou esta produção um filme de 2 anos começando em 1998 e terminando em 2000.

A FedEx de início se assustou, mas acabou percebendo o potencial da história cedendo aviões, uniformes, unidades da empresa e assistência para que tudo fosse o mais realista possível, isso ajudou no crescimento da empresa que teve um aumento de mais de 30 % em pedidos de emprego.

Sabemos que Chuck passa 4 anos na ilha, e a ideia de Wilson a bola de vôlei veio do roteirista William Broyles, Jr. Ele passou uma semana isolado em uma praia na California tentando passar por tudo que Chuck passaria e uma bola surgiu na praia, daí veio a ideia e mais tarde membros da equipe do filme passaram alguns dias na ilha tentando sobreviver com os recursos do local para darem ideias sobre como contornar situações como fazer fogo, abrir um coco e todas as adversidades do personagem de Hanks no filme.

A bola com a marca vermelha da mão de Tom Hanks pode ser adquirida na loja Wilson caso você queira, é uma réplica real e legal do filme. Wilson no filme tem dois usos, um interagir com Hanks que passa mais da metade do filme sozinho e ajudar em entregas de diálogo que eles poderiam ter deixado no filme sem a bola, mas pessoas isoladas tendem a se apegar a qualquer coisa próxima para interagir como se fosse outra pessoa. Em versões preliminares do roteiro não existia a bola, Chuck teria desenvolvido outras 2 personalidades, o bom e o mau Chuck. E pensando bem, é no exato momento que ele começa a falar com Wilson que a sorte muda e ele começa a ter algum sucesso.

É possível entender como Chuck é tão focado no serviço justamente no pior momento de sua vida, quando ele cai na ilha e mesmo assim ainda empilha os pacotes fazendo uma seleção como ele normalmente desempenhava no trabalho. Sua vida tem problemas de tempo, falta tempo até de pedir a namorada em casamento, e quando ele fica isolado na ilha, ele tem todo o tempo do mundo, mas não tem nada que ele poderia ter desfrutado quando estava focado no serviço tão plenamente.

A placa do carro de Chuck diz KAZ 2AY que soa foneticamente como o nome do filme Cast Away.
A trilha sonora de Alan Silvestri é muito melancólica e justamente fornece um tom de solidão e incerteza, justamente tudo que o filme retrata.

O filme é maravilhoso, tudo nele é perfeito, não consigo apontar uma falha que me incomode, não digo que não possua, mas nada que me atrapalhe assistindo.

A história tem várias surpresas de decisões dos personagens, de início você pode pensar que Kelly teria esperado Chuck, mas ela se casa com o dentista, justamente o que ele mais precisava na ilha, e o curioso é que ela diz em um momento que sempre achou que ele estava vivo mesmo todos dizendo que não, mais ao mesmo tempo se casou e teve filhos.

As cenas de drama são realmente boas, quando Chuck retorna para casa e não consegue comer a comida ele se deita em baixo da cama, ele não é mais o mesmo, o Chuck de antes morreu naquela ilha, coisas confortáveis causam estranheza e incomodam ele já que basicamente ele teve que reaprender a viver, comer, dormir e sobreviver, isso tudo foi como um tratamento modificando sua persona e impactando a forma com que ele observa o mundo ao seu redor.

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